Empresa que realizou concursos em MT “funciona” em joalheria
Responsável por executar concursos públicos em alguns municípios de Mato Grosso, a banca organizadora alvo da Operação Ludificatum tem o mesmo endereço de uma joalheria. A informação é do delegado de Ribeirão Cascalheira, Diogo Jobane Neto.
“Nas diligências iniciais, descobrimos que não existe um endereço físico da empresa. No local indicado no site, funciona uma joalheria há mais de oito anos”, relatou o delegado.
Na sequência, Jobane Neto explicou que as diligências, incluindo a operação realizada hoje, visam responder a algumas perguntas sobre a execução dos concursos. “Empreendemos diligências secundárias com o objetivo de responder certas questões, como: onde essas provas eram impressas? Como se dava a correção? Quem tinha acesso à prova? Quais foram as bancas que realizaram esses concursos?”, complementou.
A Operação Ludificatum cumpriu 12 mandados de busca e apreensão contra investigados envolvidos em fraudes em concursos públicos realizados em diversos estados do país. A ação, coordenada pela Delegacia de Ribeirão Cascalheira, ocorreu nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Em Mato Grosso, foram cumpridos mandados em Ribeirão Cascalheira, Gaúcha do Norte e Jaciara.
De acordo com o delegado, a investigação teve origem em uma denúncia feita pela unidade de controle interno da Prefeitura de Ribeirão Cascalheira, referente a um concurso público realizado no ano passado no município. A denúncia apontava irregularidades desde o processo licitatório até a conclusão do certame.
Inicialmente, a Polícia Civil buscou esclarecimentos com a empresa responsável pelo concurso, mas as respostas foram superficiais. “A empresa se limitou a fornecer uma resposta com fotos tiradas da internet”, relatou o delegado.
Para ele, a operação, além de identificar irregularidades, visa coibir práticas que frustrem os sonhos de cidadãos que buscam estabilidade profissional por meio dos concursos públicos. “A Polícia Civil mais uma vez garante uma atuação imparcial, com o objetivo de trazer mais lisura a esses certames. Eu mesmo entrei na instituição por meio de um concurso público difícil e sei como muita gente sofre, perdendo tempo e até deixando de conviver com a família, dedicando-se a um concurso. Isso exige uma resposta do Estado.”
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