Deputado bolsonarista chama processo de “teatro” e apoiadores de golpe de “malucos”
Apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL-MT) afirmou ter acompanhado o depoimento prestado por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10). O interrogatório faz parte das investigações conduzidas no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, quando Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para Cattani, a ação penal contra o ex-presidente é um “teatro”. Ele afirmou que o processo judicial se baseia em suposições e que a condenação de Bolsonaro já estaria previamente definida.
“Pra mim é um teatro aquilo tudo, sempre foi. Você não pode ter uma acusação baseada em suposições como está sendo ali. No meu entendimento, isso já está decidido”, declarou o parlamentar a jornalistas nesta quarta-feira (11).
Durante o depoimento ao STF, Bolsonaro comentou os atos realizados por apoiadores em frente a quartéis do Exército após o resultado das eleições, quando houve pedidos por intervenção militar. Ele classificou essas pessoas como “malucos”, buscando se distanciar desse tipo de manifestação.
Ao ser questionado sobre essa fala, Cattani concordou com o posicionamento de Bolsonaro. “São malucos. Se você quer uma intervenção militar num governo democrático e forçar a barra, que o Exército tome conta e que dê um golpe, realmente é maluco. Ele está correto”, afirmou.
Outro ponto que gerou repercussão, inclusive internacionalmente, foi o pedido de desculpas de Bolsonaro ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator de diversos inquéritos envolvendo o ex-presidente. O gesto foi interpretado por alguns como uma tentativa de atenuar sua situação judicial. Para Cattani, o pedido não causa surpresa e foi considerado natural.
“Se tiver alguma coisa para pedir desculpas, vai da grandeza de cada um”, disse, acrescentando que não tem conhecimento sobre o que motivou a atitude de Bolsonaro.
Investigações
O ex-presidente é alvo de diversas frentes de investigação, incluindo o inquérito que trata da articulação de uma minuta de decreto para reverter o resultado das eleições, além da suspeita de incitação aos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas por manifestantes bolsonaristas em Brasília. A oitiva desta semana é considerada uma das mais relevantes no âmbito da apuração sobre uma possível tentativa de golpe de Estado.
Carregando ...
