Abílio prevê cortes de até R$ 90 mi para prefeitura fechar ano com “contas no azul”
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), anunciou nesta sexta-feira (15) um planejamento para cortar R$ 90 milhões em despesas até o fim do ano. Segundo ele, isso será necessário para fechar 2025 com as contas em dias.
De acordo com o prefeito, a ideia inicial é realizar cortes com alguns fornecedores e secretarias que tem “margem” para conter alguns recursos. Todavia, não está descartada a possibilidade de demissão de servidores comissionados.
“Se a gente não cortar, a gente vai ter um efeito colateral de dificuldade financeira no final do ano”, afirmou o prefeito.
Abílio adiantou, por exemplo, mudanças de estratégias na Secretaria de Obras e da Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb). Segundo ele, a pasta de Obras irá ter um esforço concentrado neste período de seca e uma “desmobilização” no período das águas.
Já na Limpurb ocorrerá o inverso. O período de seca terá uma economia maior, uma vez que os serviços se concentram na época das chuvas.
“No período da seca, a Secretaria de Obras tem uma demanda maior. É no período da seca que a gente consegue fazer mais tapa-buraco, mais pavimentação, consegue tocar a Secretaria de Obras a todo vapor. Já a Limpurb, a gente precisa cortar um pouco, porque é nas chuvas que a Limpurb tem mais trabalho, quando o mato sobe, aí você tem mais festas no período do final do ano e um volume maior de lixo produzido”, exemplificou.
“As duas secretarias são um pouco antagônicas no período do impacto orçamentário”, complementou.
Abílio também buscará alternativas para crescer a receita do município. Uma delas é a cobrança do lixo dos grandes geradores. “Não dá para a população como um todo pagar pelo lixo dos grandes geradores, porque na prática é isso que acontece. Quando todo mundo paga ao mesmo tempo, a pessoa que mora num apartamento, numa casa, está pagando pelos grandes geradores”, colocou o gestor, descartando a criação de uma nova taxa do lixo.
Além disso, afirmou que incentivará aos grandes geradores a coleta seletiva, o que reduziria o impacto no lixo coletado. “Vamos fazer cobrança adequada por aquilo que eles produzem”.
Ao admitir a possibilidade do corte de servidores, o prefeito pontuou que pediu o levantamento da equipe econômica. Ele rechaçou qualquer possibilidade de atraso salarial.
“Atraso de salário não, porque a gente já deixou empenhado. O salário é diferente, você empenha no início do ano, faz o planejamento para eles e deixa os recursos separados”.
O prefeito colocou que o orçamento deste ano não constava despesas que precisou assumir. Como exemplo, descreveu que a gestão anterior deixou apenas R$ 25 milhões direcionado ao pagamento de precatórios, enquanto um acordo firmado com o Tribunal de Justiça prevê o pagamento de R$ 150 milhões. Outro é o valor de R$ 200 milhões por ano referente ao custeio do vale-transporte, que não estava previsto na legislação orçamentária.
OBRAS MANTIDAS
Apesar do cenário de cautela financeira, o prefeito garantiu que investimentos já iniciados serão mantidos. Entre eles, está o Centro Médico Infantil, custeado com R$ 14 milhões de emendas de sua autoria enquanto deputado federal. A Assembleia Legislativa também se comprometeu em destinar mais R$ 6 milhões, o que garante a conclusão da obra e o custeio da unidade, pelo menos, até o final deste ano.
Da mesma forma, a Casa do Autista, que funcionará na antiga Escola Nilo Póvoas, tem R$ 4 milhões de emendas do deputado federal do José Medeiros (PL) e outros R$ 6 milhões do senador Wellington Fagundes (PL). Por meio de parceria, o Governo do Estado vai ajudar na reforma, além de ter doado o prédio.