Câmara aguarda Justiça para decidir se pagará salários de afastados e convocará suplentes
A presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), esclareceu que a Casa ainda aguarda manifestação da Justiça para decidir como proceder em relação ao caso dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), alvos da Polícia Civil por suposto envolvimento em um esquema de corrupção.
Segundo Paula, a Câmara solicitou acesso aos autos do processo ainda no dia da deflagração da Operação Perfídia, realizada em 29 de abril. Na ocasião, foram cumpridas 27 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, sequestro de bens, valores e imóveis, além da quebra de sigilos telefônicos e eletrônicos.
A presidente explicou que, a depender do conteúdo e da gravidade das denúncias, a Câmara poderá avaliar quais punições poderão ser aplicadas aos parlamentares envolvidos.
“Nós requeremos […] acesso ao processo de forma oficial […]. Porque a decisão judicial vai determinar o prazo de afastamento dos vereadores. E nós também precisamos saber quanto à remuneração, se é com ônus ou sem ônus, de que maneira vai ficar. Então é muito importante que tenhamos acesso aos autos do processo”, afirmou nesta quinta-feira (8).
A operação foi determinada pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais, após denúncia do prefeito Abilio Brunini (PL) — quando ainda era deputado federal — de que vereadores da capital teriam solicitado propina a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste. O pagamento indevido estaria vinculado à aprovação de uma matéria legislativa que viabilizou o repasse de valores devidos pelo município à referida empresa, no ano de 2023.
Os parlamentares foram proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e com servidores da Câmara, além de estarem impedidos de acessar as dependências do órgão legislativo ou as obras do Contorno Leste. Também estão proibidos de se ausentar da cidade sem autorização judicial.